Mami Wata é uma corruptela da palavra “Mommy Water” e significa “mãezinha da água”. Naé significa “mãe”. É o nome coletivo das deusas daomeanas das águas doces ou salgadas. Vivem em plena harmonia com todas as divindades destes habitat e por essa razão convencionou-se chamar Yemanjá e Òsún, nas casas Jejes, de Mami Wata ou Naé.
As Naés são mulheres muito vaidosas, caridosas, algumas são guerreiras e outras caçadoras. Adoram o brilho das pedras e do ouro e gostam de se adornar com colares de conchas e caramujos, pulseiras, etc.
Algumas Naés vivem na superfície das águas, são as mais falantes e adoram se enfeitar. Gostam de passear pela mata, caçar, junto com Agué aprenderam o domínio das folhas, pescam junto com Averekete. São as mais vaidosas e são muito juviais. Já outras preferem as profundezas das águas, gostam de ficar quietas e não são muito falantes, mas são muito bondosas e compreensivas.
As mais misteriosas e feiticeiras, são as Naés que habitam as águas paradas. Acredita-se que estas Naés estam ligada à feitiçaria, ao culto dos Akututus (Eguns) e são conhecedoras da alta magia, além de ser as mais guerreiras. Mantém ligações também com Nanã.
Muitos consideram e convencionam chamar de Togbosì (onde Tò: água; gbo: grande quantidade; sì: dando idéia de “pertencer”, podendo também significar “esposa”) às divindades do panteão Mami Wata. O fato é que esta palavra já é utilizada para designar um outro grupo de Voduns (a palavra mais adequada seria sub-voduns) meninas, que pertenciam à realeza do antigo Dahomey. As Togbosi eram cultuadas no Brasil no Kwerenbentan to Zomadonu (Casa das Minas) até a década de 60 aproximadamente. Elas só chegavam nas Vodunsì Gonjai, mulheres com plena iniciação. Cada Tògbosì era particular de sua Gonjai. Após a morte dessa Gonjai, aquela Tògbosì não chagava mais. Sua missão havia terminado ali. Com o tempo perdeu-se o fundamento destas princesinhas voduns e deixaram de ser cultuadas. A preparação das Gonjai durava 9 dias e eram recolhidas em um barco denominado “Barco das Meninas” ou “Barco das Novidades”. No Benin as Tògbosì ainda tem culto organizado nos rituais dos Voduns Reais, elas simbolizam a ultima fase de preparação das Vodunsis.
Voltando às Naés, abaixo algumas, mais conhecidas:
Naé Aziri: Esta Naé habita o fundo das águas doces, representada por uma serpente aquática, e que é muito confundida com Òsún. Tem fundamentos com Dan.
Aziri Tògbosì: É tida como a mais importante mãe das águas da Nação Jeje Mahi. Habita o fundo das águas, tanto doces como salgadas, veste-se de branco e usa um colar de pérolas. Tem ligações com a mãe nagô Yemanjá.
Naé Gorejí: É uma menina que adora passear pelas águas. Ligada às águas doces e salgadas, seu local preferido são as lagoas, onde ela adora brincar com os patos e aprender com as velhas Naés das águas paradas o segredo da magia. Em alguns aspectos se assemelha a Òsún, pois é muito vaidosa e adora as crianças. Em seus assentamentos podemos encontrar vários brinquedos de meninas.
Naé Agbé: muito ligada e por vezes confundida com Yemanjá, esta Naé é velha e habita o fim dos rios, que une ao mar . Representa todo o conhecimento e a inteligência dos seres, está ligada à verdade, é ela quem faz que a verdade sempre apareça. (Não confundir com o vodun Agbé Tayó que é o Rei do Oceano, nem com Agbé Gèlèdè e Agbé Afefé que são voduns guerreiras ligadas aos ventos, raios e akututus (eguns)).
Sinanae : Senhora da beleza e das águas doces, sendo uma mãe muito importante nos cultos de Jeje Mahi.