Ayizan é um Vodum muito antigo, originário de Allada, segundo parece. Alguns dizem que foi levado para lá por Adjahuto, quando ele chegou de Tado. Outros afirmam que Ayizan já se encontrava na região antes de sua chegada e que ele representa “ a esteira da terra”, “a crosta terrestre”.
Ayizan é constituído por um montículo de terra, em cima do qual se coloca uma jarra com pequenos orifícios, rodeados por franjas de folhas de dendezeiro (Azan).
Ayizan é encontrado no mercado de grandes cidades, tais como Abomé e Ouidah. Ele é o guardião ou, mais exatamente, o senhor do mercado, o protetor da cidade, o dono da terra. Certas famílias têm um Ayizan particular, que as apóia, as dirige e castiga o mau procedimento dos filhos. É uma espécie de ancestral, “ a terra”.
Ayizan Velequete, esposa de Atibon Legba, deusa protetora e deusa das águas doces, presidem os mercados, as praças públicas, as portas, as barreiras, as estradas.. Uma cobra, conhecida pelo nome de cobra madalena, a representa. Tem o mesmo assento que Legba, isto é, o medicineiro bento (Jatropha curcas).
Segundo se diz, Ayizan tinha outrora seu próprio culto. Antes de dar comida aos deuses Vodou, separava-se o alimento em duas porções iguais: uma para os Loas (Vodou) e outra para Ayizan. De acordo com Houngan (sacerdote Vodou), Ayizané o mais antigo de todos os loas. Em consequêcia, segundo ele, deve-se servi-lo em primeiro lugar. Fazem-lhe as mesmas oferendas que a Legba. Ao que tudo indica, Ayizan Velequete é um sincretismo de Ayizan e de Avrèkété, Vodum Hula.
Ayizan no Jeje Mahi
Nas casas de Jeje Mahi, encontra-se assentada no portão casa, nos pés de uma palmeira de ráfia, Vodun Ayizan, que para esta modalidade é um vodun feminino ligada aos ancestrais e a terra, bem assim como a morte.